Valadares em baixa na geração de empregos

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou os dados da pesquisa mensal de Evolução do Emprego, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).  No mês de maio, Governador Valadares ficou na 32ª posição entre as 110 cidades de Minas Gerais com mais de 30 mil habitantes, acumulando um mês negativo na geração de empregos. No total, foram 1.751 contratações e 1.879 demissões, fechando com déficit de 128 vagas de trabalho, queda de 0,27%. Fechando o primeiro semestre do ano, Valadares teve mais demissões do que contratações em 2019.

Embora o desempenho da cidade na geração de empregos tenha sido negativo no mês anterior, o saldo foi positivo em comparação com os primeiros meses do ano. Para fazer o levantamento, o Caged considera o número de contratações e o de demissões no período analisado.

De acordo com o levantamento, os setores de indústria de transformação e agropecuária fecharam o mês com demissões. O setor de indústria teve 148 contratações, mas 368 demissões, déficit de 220 vagas no mês. A agropecuária, setor que sempre impulsionou a economia na cidade, teve 34 admissões e 41 desligamentos, queda de sete vagas. Já o setor de Comércio fechou o mês anterior com saldo positivo. Foram 671 contratados contra 638 demitidos, um saldo de 33 novos cargos. A construção civil foi o que mais teve contratações em Valadares: 187 postos de trabalho contra 122 desligamentos, saldo de 65 vagas. O setor de serviços teve 709 contratações e 708 demissões, déficit de uma vaga. Os setores de extrativismo mineral, administração pública e serviços de utilidade pública não contrataram e nem demitiram.

Para a economista e professora da Faculdade de Economia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/Campus GV), Juliana Gonçalves Taveira, o percentual na geração de empregos em maio foi pior que em 2018. “Ao analisar os dados do Caged referentes a maio de 2019 para Governador Valadares, observa-se que, apesar de o total de emprego formal ter aumentado 0,1% em relação a dezembro de 2018, houve uma queda do emprego de 0,27% em relação ao mês anterior e de 1,05% em relação a maio de 2018. Ao observar o  acumulado de janeiro a maio de 2019, tem-se que apenas 32 vagas foram criadas no município de GV, ao descontarmos as admissões das demissões. Apesar disso, destaca-se um saldo negativo de 128 vagas em maio de 2019, ou seja, apesar das vagas de emprego criadas, um número maior de demissões ocorreu”, disse.

Segundo a economista, o impacto na evolução de empregos se deve, principalmente, ao setor de indústria de transformação. “A retração no emprego observada no município se deve ao setor de indústria de transformação, que apresentou o pior desempenho, com uma retração do emprego de 4,18% em relação ao mês anterior e de 8,06% em relação ao mesmo mês em 2018. Já o setor com maior participação no PIB de Valadares é o setor de serviços. Em relação ao emprego, esse setor obteve uma variação percentual do emprego próximo a zero, tanto em relação ao mês de abril de 2019 quanto em relação ao ano anterior. Já o setor de construção civil do município teve uma expansão do emprego de 3,79% em relação a abril de 2019, movimento bem superior ao observado para o Estado e para o Brasil, onde o emprego do setor cresceu apenas 0,4%. O comércio apresentou um comportamento contrário ao nacional, tendo uma variação no emprego positiva em relação a abril e uma retração em relação ao ano anterior”, explica.

Minas Gerais

Embora Valadares tenha apresentado mais demissões que contratações, o restante do Estado teve seu melhor saldo do ano até agora. Conforme o Caged, Minas Gerais foi o estado que mais gerou empregos no Brasil em maio, responsável por 62% das vagas formais registradas na região Sudeste. A região Sudeste apontou a abertura de 29.498 novas frentes de trabalho com carteira assinada e Minas Gerais detém 18.380 desses empregos. Nos cinco meses do ano, o estado atingiu 75.175 mil novas vagas em diversas áreas. “Minas Gerais seguiu o observado nacionalmente e teve um saldo positivo. No Brasil, em maio de 2019, houve a criação líquida de 32.140 postos de trabalho, valor que, apesar de positivo, permaneceu abaixo do esperado pelo mercado”, analisou Taveira.

No ranking na geração de empregos no Vale do Rio Doce no mês anterior, Governador Valadares ficou atrás de cidades como Ipatinga, que somou 835 vagas de saldo, e Caratinga, com 364 vagas. Guanhães obteve déficit de 10 vagas, Timóteo teve menos 121 vagas e Coronel Fabriciano, 40 vagas negativas.

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