Valadarense/Mobi diz que ainda não há provas legítimas que possam culpar a empresa

A CPI investiga eventuais irregularidades na formalização do atual contrato de concessão da exploração do serviço de transporte público. Foto: Divulgação

Os desdobramentos da primeira oitiva da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Empresa Valadarense de Transporte Público Urbano, atual Mobi, ainda estão repercutindo. Na última reunião foram ouvidos o delegado da Polícia Federal (PF), Cristiano Campidelli, que atuou na Operação Mar de Lama, e o ex-procurador do município Amarildo Lourenço, que atuou no governo Elisa Costa (PT) e atualmente é advogado na Procuradoria Geral do Município. Tanto Campidelli como Amarildo deram declarações importantes, que podem mudar o rumo das investigações. Instalada no dia 19 de fevereiro na Câmara Municipal, a CPI da Valadarense está prevista para encerrar os trabalhos no dia 13 de agosto.

Embora não tenha poder de punir a empresa investigada, a Comissão Parlamentar de Inquérito é instrumento de pressão política para requisitar documentos, interrogar autoridades e recomendar o indiciamento de pessoas. A CPI investiga eventuais irregularidades na formalização do atual contrato de concessão da exploração do serviço de transporte público, firmado com o município no ano de 2012. Dentre os pontos a serem investigados estão a combinação prévia do valor da tarifa, o preço diferenciado sem que haja previsão contratual para isso, a periodicidade do reajuste e a exploração de publicidade nos ônibus. A CPI é presidida pelo vereador e líder de governo, dr. Marcílio Alves (MDB). O relator da comissão é o vereador Alessandro Ferraz, Alê, e o vice-presidente, Dandan Cesário (PHS). Rosemary Mafra (PCdoB) e Coronel Wagner (PMN) são os vogais.

Em reportagem publicada na edição de ontem no DIÁRIO DO RIO DOCE, intitulada “Começam as oitivas da CPI da Valadarense na Câmara Municipal”, Cristiano Campidelli e Amarildo Lourenço deram depoimentos “preciosos” para as investigações. Para o relator da comissão, Alessandro Ferraz, a presença dos convidados foi importante para esclarecer pontos analisados pela comissão até o momento. “O balanço que faço da reunião foi positivo. Contamos com a presença de duas pessoas fundamentais para contribuir nas investigações. Destaco a presença do ex-procurador do município, que esteve na época da formulação do contrato com a Valadarense, em 2012. Ele nos trouxe documentos importantes, com indícios de manipulação de planilhas nos valores da tarifa de ônibus. Toda informação trazida nas oitivas serve de fundamento para o relatório que será emitido no final da CPI”, disse.

Culpada ou inocente?

Coronel Wagner, vogal na CPI, disse que ainda é cedo para avaliar a idoneidade ou não da empresa. “De acordo com o próprio delegado Campidelli, a empresa é inedônea. Os indícios são fortes e caminham para essa afirmação, como o aumento da tarifa nos anos anteriores e manipulação de planilhas. Ouvir as pessoas é importante. Existe uma série de documentos, inquéritos, vídeos, áudios e fotos que podem nos ajudar. Mas é preciso olhar com cautela as decisões para não tomar nenhuma providência precipitada”, afirma.

Procurada pela equipe de reportagem do DRD, a assessoria de comunicação da Mobi/Valadarense afirmou que os depoimentos de Cristiano Campidelli e Amarildo Lourenço correspondem a fatos devidamente esclarecidos na Justiça. “A empresa informa que prova só existe depois de exercido o contraditório. E que todas as alegações já foram debatidas na Justiça. Não há nenhum fato novo que altere a defesa apresentada nos autos. Todos os depoimentos correspondem a fatos de mais de 4 anos que já foram devidamente esclarecidos. Continuaremos à disposição para mais esclarecimentos”, informou a empresa.

Cronograma para as próximas reuniões

A Comissão Parlamentar de Inquérito  (CPI) da Valadarense foi instalada em 19 de fevereiro e suspensa, por decisão judicial, de 10 de maio a 3 de junho. Diante disso, a comissão decidiu prorrogar por mais 60 dias os trabalhos. Nesse caso, o inquérito final será entregue à presidência da Câmara no dia 13 de agosto. A próxima reunião está agendada para o dia 25, terça-feira, às 14 horas, no plenário da Câmara Municipal, quando serão ouvidos os ex-presidentes do Conselho Municipal de Trânsito, do período de 2012 a 2018.

por: Eduardo Lima | eduardolima@drd.com.br

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