Secretaria Municipal de Saúde procura alternativas para evitar caos em Valadares

O preocupante cenário da saúde em Governador Valadares, por conta da falta de repasses de recursos do governo do estado, levou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) a convocar mais uma reunião, a fim de encontrar alternativas para evitar um colapso e a suspensão do atendimento às cidades vizinhas no Hospital Municipal. A reunião foi convocada na tarde de ontem (29), pelo prefeito André Merlo (PSDB) e o secretário municipal de Saúde, Enes Cândido. Participaram da reunião, no auditório da SMS, prefeitos e secretários de Saúde da região Leste de Minas, pactuados com a atuação do Hospital Municipal, que atende 51 municípios. A alternativa encontrada pela secretaria é a contribuição mensal de cada município, para o custeio da saúde local. Uma nova reunião está agendada para o dia 8 de agosto.

Com o déficit, a cada dia fica mais difícil para a Secretaria de Saúde garantir atendimento para as centenas de pessoas em Valadares e outros municípios que diariamente procuram atendimento no Hospital Municipal (HM). A inconsistência nos repasses constitucionais, o fechamento de unidades em cidades vizinhas e a crise geral que permeia o sistema público no estado são as principais causas do pânico na saúde.

“Convidamos os prefeitos e secretários novamente para a gente dar um retorno da última reunião que tivemos, para encaminhar ao governador Romeu Zema. Estivemos lá e conversamos a respeito da saúde na macrorregião. Infelizmente, a resposta foi que os recursos são insuficientes no momento. Portanto, precisamos tomar uma providência com o que a gente tem. Claro que ainda temos esperança de um sinal positivo do governo. Mas a saúde não pode esperar, se não vai chegar a um ponto em que nosso Hospital não vai suportar”, disse o prefeito  de Valadares.

Segundo André Merlo, a única solução encontrada pelo município para minimizar os impactos causados por conta da falta de repasses do governo do estado é a contribuição financeira dos 51 municípios pactuados com a atuação do Hospital Municipal. Com pouca presença de prefeitos e secretários de saúde da região, a decisão sobre a solução encontrada ficou para o dia 8 de agosto. “A próxima reunião será realizada juntamente com a assembleia do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência do Leste de Minas (Consurge), para resolvermos o que começamos aqui hoje. A solução seria um adicional dos municípios vizinhos para ajudar o Hospital Municipal. A gente precisa do apoio desses municípios. Estaremos discutindo como será a divisão desse aporte adicional com mais detalhes no dia 8”, revelou.

Conforme foi divulgado na última reunião, realizada no dia 28 de junho, a dívida do Estado com a saúde já ultrapassa os R$ 86 milhões só em Governador Valadares. A dívida vem se arrastando desde o governo Fernando Pimentel (PT). Diante disso, medidas emergenciais já foram tomadas, como a redução no horário de atendimento em alguns centros especializados e na Policlínica. “Todas as ações realizadas até agora têm como objetivo desafogar a parte financeira do hospital. Com tudo que está sendo feito, o atendimento de urgência e emergência se mantém 24 horas, pronto para continuar atendendo toda a região”, ressaltou o secretário Enes Cândido.

Ele reforçou o auxílio que o Hospital vai precisar dos municípios da região, para não piorar a situação das questões financeiras e da falta de perspectivas do recebimento dos repasses atrasados. “A situação aqui continua preocupante. Mesmo cumprindo agenda com o governador, o que foi sinalizado para nós é que o caixa do Estado está zerado. Mesmo assim, precisamos continuar com o atendimento. A solução para resolver isso será entre nós. Precisamos pagar os fornecedores, pois não temos conseguindo pagar na totalidade o que precisa ser pago. Diante disso, a dívida fica cada vez mais acumulada. Os prefeitos da região têm consciência da realidade que o Hospital Municipal passa hoje. Uma minuta será analisada e entregue na próxima reunião, para encontrarmos o mais rápido possível uma solução para essa situação”, concluiu.

por Eduardo Lima | eduardolima@drd.com.br

 

 

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