Prefeito cassado de Virginópolis afirma ter sido vítima de armação

Defesa de Boby Charles das Dores Leão (PSC) entrará na Justiça para tentar anular o pedido de cassação.Foto: Divulgação

Após ter o mandato cassado pela Câmara Municipal de Virginópolis, no Vale do Rio Doce, o ex-prefeito Boby Charles das Dores Leão (PSC) declarou que foi vítima de uma manobra política para tirá-lo do Poder Executivo. Boby teve o mandato cassado durante reunião extraordinária realizado no dia 10 de maio na Câmara de Vereadores. Ele foi acusado de ter feito aditivo financeiro, de forma ilegal, para a contratação de uma empresa que presta serviços de transporte escolar para o município. A denúncia foi feita por um morador de Virginópolis à Câmara Municipal.

Com o pedido de cassação aprovado na Câmara, o vice-prefeito Raimundo Hilário (PDT) assumiu o cargo deixado por Boby. O pedido de cassação partiu de Grijalva Hercy de Oliveira. Conforme a filha do denunciante, Jaqueline Lacerda, inclusive através de um áudio no whatsapp, a denúncia que gerou a cassação do prefeito de Virginópolis não tem fundamento, pois seu pai, Grijalva, não sabe ler e escrever. A filha afirma no áudio que o pai foi movido por outra pessoa para fazer a denúncia. Até o fechamento desta edição, a reportagem do DIÁRIO DO RIO DOCE não conseguiu entrar em contato com Grijalva Hercy de Oliveira.

Procurado também pela reportagem do DRD, o prefeito cassado, Boby Charles, afirmou que o pedido de cassação não passou de uma armação encabeçada pelo presidente da Câmara de Virginópolis, Alex Batista Coelho (PV), seu opositor. “Não tenho dúvidas quanto a isso. Eu fui secretário de Saúde na gestão passada, e naquela época já sofria perseguição da Câmara. Eu sou uma pessoa nova, morei muitos anos fora, voltei em 2012 para a cidade e fui convidado a participar da campanha eleitoral junto com o prefeito que eu apoiava. Depois, em 2016, lancei meu nome para Prefeitura, e graças a Deus ganhei. Mas aí começaram as perseguições contra minha pessoa na Câmara. Esse homem (Grijalva) foi movido por manobra política do presidente da Câmara. Já temos as provas, através do áudio da própria filha, que contou tudo. Essa é a prova da minha inocência”, explicou.

Segundo Boby, a estratégia do presidente da Câmara, de usar o eleitor, se deu para que ele pudesse votar no processo de cassação, tendo sido o voto de Alex decisivo para a condenação e afastamento do ex-prefeito. Na votação para a cassação de Boby Charles, foram seis vereadores votando a favor e três contra. “Essa é a segunda vez que isso acontece. No ano passado eles tentaram cassar meu mandato também. Procuraram um cidadão que nem mora no município para fazer um pedido de cassação. Foi aberta uma comissão processante, porém, não chegou nem a ser votado pela câmara. Neste ano, novamente provocaram outro cidadão aqui na cidade para fazer o mesmo pedido”, diz Boby.

Por telefone, a reportagem do DRD também entrou em contato com o presidente da Câmara, Alex Batista, que desmentiu a declaração do prefeito cassado. “Eu tenho a cópia do processo, que passou pela comissão processante da Casa, para qualquer pessoa poder analisar. Não tem nada de verdade nisso que ele (Boby) tá falando. A denúncia diz que ele assinou no ano passado um contrato de prestação de serviço para o transporte escolar em um valor. Depois de seis dias, assinou um aditivo, aumentando o contrato para outro valor”, afirmou.

Apesar das alegações vindas do presidente da Câmara, Boby disse que sua defesa já está providenciando um documento que prove sua inocência. “Houve de fato uma denúncia referente a um processo licitatório. Mas o Ministério Público já deu parecer favorável, de que não teve nada. Tem muita investigação ainda para acontecer. Em breve, vamos entrar com o pedido na Justiça Eleitoral, não só com o pedido da minha volta, mas também denunciar quem fez isso, pois é uma vergonha para nossa cidade.”

 

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