A Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) foi liberada para a circulação de trens de Belo Horizonte a Vitória. Desde segunda-feira (14) o trem de passageiros da Vale circulava com trajeto reduzido, devido a um protesto em Baixo Guandu (ES), feito por pescadores atingidos pela tragédia da barragem de Mariana, em 2015. De acordo com informações da Vale, o trem partirá às 7h30 da Estação Ferroviária de Belo Horizonte e completará todo o percurso até Cariacica, no Espírito Santo. A viagem no sentindo contrário foi restrita na quarta-feira (16) ao trecho entre Governador Valadares e Belo Horizonte. A expectativa é de que o trem de passageiros volte a operar normalmente hoje.
Cerca de mil pessoas, que ocuparam a linha da Estrada de Ferro Vitória a Minas às 11 horas de segunda-feira (14), saíram do local por força de uma decisão da Justiça de Baixo Guandu, que estipulou multa pessoal de R$ 25 mil caso a paralisação continuasse. Mesmo após o fim da manifestação dos pescadores, o trem de passageiros Vitória-Minas continuou com circulação restrita ao trajeto entre Belo Horizonte e Governador Valadares, nos dois sentidos. Os pescadores protestaram contra o modelo de indenização pelo desastre de Mariana, que prejudicou a pesca no rio Doce. Eles dizem que a Fundação Renova, criada pela mineradora Samarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, poderá descontar da indenização os auxílios pagos. A decisão foi proferida pelo juiz da 12ª Vara Federal de Belo Horizonte (MG), Mário de Paula Franco Júnior, em meio ao recesso do Judiciário de dezembro do ano passado.
Por meio de nota, a Fundação Renova informou que tentou dialogar com os pescadores. “Sobre as manifestações em Baixo Guandu, a Fundação Renova informa que desde segunda-feira (14/1) buscou diálogo com as lideranças e esteve aberta a receber as reivindicações e os pleitos do grupo para análise. Como parte desse esforço de diálogo, representantes da Fundação Renova estiveram reunidos nesta terça-feira (15) com as principais lideranças dos grupos envolvidos nas manifestações. A instituição reitera que, ao longo do processo de negociação, agiu com respeito aos direitos humanos de todas as pessoas e que acredita no diálogo como o melhor caminho para a criação de soluções adequadas à situação”, diz a nota. Ao fim da reunião, a Fundação Renova pediu um prazo de 15 dias para responder às reivindicações dos pescadores.
De acordo com a Vale, quem não conseguiu embarcar pode reagendar o bilhete ou pedir o reembolso do valor investido na compra da passagem. Para isso, é preciso se dirigir, no prazo de até 30 dias, a qualquer uma das estações localizadas ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas. Mais informações podem ser solicitadas por meio do Alô Ferrovias 0800 285 7000.
por Eduardo Lima | eduardolima.drd@gmail.com
