Empresário do Grã-Duquesa foi morto por causa de dívida

Depois de quase um ano, a Polícia Civil, através da Delegacia de Crimes Contra a Vida e Pessoas Desaparecidas (DCCV) de Governador Valadares, concluiu o inquérito sobre a morte do empresário Maurício Miranda, de 47 anos, assassinado em 1º de junho de 2018 na porta de casa, na rua Fausto Perim, no bairro Grã-Duquesa. O empresário levou três tiros quando saía para o trabalho. Na época, a esposa de Maurício disse aos policiais que ele era dono de uma transportadora de gado e tinha dívidas com bancos e agiotas que totalizavam mais de R$ 100 mil. Ela ainda contou que o empresário era ameaçado pelos credores.

Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã de ontem, 29, o delegado Luciano Cunha deu detalhes da prisão dos quatro investigados, Wesley Grossi Martins Quintão, Pedro Matheus Anastácio de Oliveira, Douglas Ribeiro Schneider e Vandré Maurício dos Anjos, que foram indiciados e permanecem presos preventivamente.

Delegado Luciano Cunha deu detalhes do homicídio do empresário Maurício Miranda; os acusados podem pegar de 12 a 30 anos de prisão. FOTO: Policia Civil

De acordo com o delegado, Maurício era bem-sucedido e acabou contraindo dívidas. “Ele era dono de transportadora de gado bem-sucedida na cidade, chegando a ter uma frota de 16 caminhões, mas acabou metendo os pés pelas mãos e contraiu muitas dívidas. Ele estava com uma situação financeira bastante delicada, devendo muitas pessoas, tinha dívidas trabalhistas, com fornecedores, do aluguel do galpão e dívidas com agiotas. Então, nossa linha inicial de investigação partiu de premissa de que esse homicídio poderia ter se dado por causa das dívidas.”

Segundo o delegado, Douglas Schneider, sócio do empresário, chegou a dizer, em seu depoimento, que Maurício havia contraído dívidas no nome dele. “Em comum acordo, Maurício pode ter contraído muitas dívidas e não estar passando credibilidade para as pessoas. Então, ele se afastou da direção da empresa e deixou o Douglas tomando conta, porém, os dois tinham uma atrito por causa de um caminhão que pertencia a Douglas e foi dado a um terceiro para pagar dívidas de Maurício.”

Confissão

Durante as investigações, para surpresa do delegado, uma pessoa se apresentou dizendo ser autora do homicídio de Maurício. “Tenho 26 anos de Polícia Civil e nunca vi isso. No dia 6 de março recebi uma ligação do escrivão Alexandre, que trabalha comigo na Delegacia de Homicídios, falando que tinha uma pessoa se apresentando, dizendo que era autora do homicídio do empresário Maurício Miranda. Aí fui até a Delegacia e me deparei com Vandré. Ele contou que estava enfrentando crise financeira, quando conheceu Wesley Grossi, que, sabendo dos seus problemas financeiros, falou que tinha um trabalho que poderia aliviar sua crise financeira. Aí falou que tinha uma amigo que interessava que uma pessoa fosse morta. De imediato, Vandré perguntou qual seria o valor e Wesley respondeu que seriam R$ 3 mil, mas disse que por esse valor ele não faria o serviço.”

Ainda segundo o delegado, Wesley Grossi foi até Douglas, que mandou oferecer R$ 5 mil reais. Vandré aceitou e contratou Pedro Matheus. Os dois foram até a rua Fausto Perim, porque o plano era pegar a vítima ao sair de casa. Tanto Wesley quanto Douglas sabiam da rotina da vítima, porém, quando Pedro e Vandré perceberam que a rua era muito movimentada, disseram que fariam somente por R$ 10 mil. O acordo foi feito e o empresário foi assassinado na porta da casa dele.

Vandré contou ao delegado que só resolveu se entregar e contar toda a verdade depois que viu a esposa e o filho dizendo que ficaram desamparados. “Vandré não tinha antecedentes e trabalhava em dois empregos. Depois que prendemos Pedro Mateus, Wesley e Douglas, Vandré se entregou em uma delegacia em Juiz de Fora”.

Vandré, o autor do disparo, ainda está preso em Juiz de Fora, onde se entregou em 2 de abril, após saber da prisão dos outros suspeitos, que foram presos no dia 1º de abril. Eles foram indiciados por homicídio duplamente qualificado e podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.

por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br

 

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