Índios pataxós celebram colheita e início do período de chuvas

Outubro geralmente é lembrado pelo período de chuvas. E chuva lembra fartura e colheita. Pelo menos para as famílias indígenas da Aldeia Geru Tucunã Pataxó, no distrito de Felicina, em Açucena (MG). No dia 5 de outubro elas celebram a Festa das Águas, um ritual que virou festa anual de celebração e agradecimento. Desde 2017 o evento deixou de ser restrito aos índios e passou a ser aberto ao público em geral.

Na Festa das Águas deste ano, as famílias da Aldeia Geru Tucunã Pataxó terão mais um motivo para agradecer, que é a chegada da energia elétrica e da inauguração de um posto de saúde. Uma cerimônia está prevista para acontecer às 9h, com a presença de autoridades locais e representantes de órgãos e entidades de apoio aos povos indígenas. A festa propriamente dita está prevista para começar às 10h.

Durante a festa, crianças e adultos dançam juntos e participam de rituais sagrados, como o batismo e o banho de lama – do qual qualquer pessoa pode participar e que para os pataxós representa purificação e renovação espiritual através da junção da terra, que é sagrada, e da água, que representa vida e prosperidade. Haverá, também, o compartilhamento de alimentos cultivados na aldeia e venda de artesanatos produzidos pelos índios.

Informações mais detalhadas sobre a Festa das Águas podem ser obtidas com a índia Sequaí, pelo telefone (33) 9.9914-3682 (também atende pelo WhatsApp), ou com o cacique Baiara, pelo telefone (33) 9.9908-7103. Para ajudar na divulgação e assessoria, o evento conta com o apoio de um grupo de alunos dos cursos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda da Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE), que ao longo deste segundo semestre de 2019 está participando de um projeto de extensão com os índios da Aldeia Geru Tucunã Pataxó, trabalho supervisionado pelo professor Franco Dani.

Os pataxós, apesar de sua origem baiana, há mais de 30 anos migraram para Minas Gerais, onde formaram outras comunidades indígenas em cidades como Itapecerica, Guanhães, Açucena, Araçuaí, Brumadinho e Carmésia. Em 2010, um dos grupos que estava em Carmésia foi convidado a se estabelecer no Parque Estadual Rio Correntes, na região de Açucena, onde vive até hoje. Eles ainda reivindicam na Justiça a posse do território.

Eles praticam o xamanismo, uma religião em que a natureza e seus elementos são sagrados. Todos os rituais, danças e cantos estão relacionados à água, matas, terra e fauna. O cocar, tanga, saia, bustiê e pinturas corporais são as roupas indígenas usadas somente em momentos de rituais ou considerados importantes. O nome da tribo, Geru Tucunã Pataxó, significa “Papagaio na folha de coqueiro”. O coqueiro tucunã é uma árvore típica da região de Açucena.

As pinturas corporais dos pataxós seguem basicamente três cores: o vermelho, representando a guerra; o preto, que representa o luto; e o branco, representando a paz. Os homens e mulheres casados usam pinturas mais discretas. Os solteiros usam pinturas mais evidentes e realçadas, pois, nesse caso, o objetivo é atrair o (a) parceiro (a).

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