Engenheiro valadarense alerta para risco de rompimento de barragens com altas temperaturas

Com o início da primavera, o engenheiro civil Hermes Marcos Vasconcelos Soares, de Governador Valadares, alerta para a possibilidade de altas temperaturas elevarem o risco de rompimento de barragens. Em estudo apresentado ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MG), Soares, que é especialista em estruturas, considera que o aumento de temperatura pode ter influenciado inclusive o rompimento das barragens de Mariana (na primavera de 2015) e de Brumadinho (no verão, em janeiro de 2019).

O trabalho de Soares foi apresentado em forma de palestra a um conselho técnico do Crea e será repetido outras vezes, inclusive para o próprio Crea, no dia 21 de novembro, desta vez para um público maior. O engenheiro espera que o apoio à sua tese aumente as ações de prevenção ao rompimento de outras barragens. “Todas as barragens têm risco de rompimento. Não posso falar em risco iminente, ou para daqui a 20 ou 30 anos. Mas, se fizer a proteção, vai diminuir muito essa possibilidade”, advertiu.

Hermes Soares lembra que a incidência solar é maior durante a primavera e o verão – estações em que se romperam as barragens de Mariana e Brumadinho. “Existe diferença entre as partes expostas ao sol, e as partes que não são expostas”, salientou. Em sua atuação como engenheiro, Soares revela que já precisou fazer correções em estruturas por causa de temperatura.

Em Governador Valadares, onde o engenheiro destaca que o calor intenso acontece em quatro meses ao longo do ano, a adaptação a fatores climáticos é ainda mais necessária. “Nossa cidade é excelente para se morar, mas precisamos entender nosso clima para melhorar a adaptação. A alta temperatura é um fator de risco, e compreender isso pode ajudar a melhorar a vida dos valadarenses. Não é todo mundo que pode ter ar condicionado em casa; então, é preciso levar isso em conta para minimizar esse efeito em moradias de pessoas pobres”, comentou.

Soares é formado em Engenharia Civil pela Universidade Vale do Rio Doce (Univale), onde também já lecionou, e fez especialização em Estruturas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP). É membro do Comitê Brasileiro de Grandes Barragens (CBDB) e de associações como a Associação Sul Americana de Engenharia Estrutural (ASAEE) e a Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (ABECE).

por THIAGO FERREIRA COELHO

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