Empresários pedem políticas públicas de incentivo à atração de novas indústrias

Crescimento da atividade industrial em GV precisa de infraestrutura e união da classe política. FOTO: Distrito Industrial

Governador Valadares tem um espaço dedicado exclusivamente à atividade das indústrias. E, ainda que o Distrito Industrial tenha a atuação de quase 50 grupos empresarias que geram mais de 2.000 empregos diretos e indiretos, falta uma política pública de atração de novos empreendimentos. A avaliação é do presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Governador Valadares (Assedi), Leandro Tancredo.

“Essa história da deficiência da indústria no nosso município já é de longa data. Hoje, não temos política pública para atrair indústria para nossa região”, disse Tancredo, que reconhece o esforço dos empresários atualmente em atividade no Distrito Industrial.

Mesmo que recentemente algumas empresas tenham fechado as portas, o presidente da Assedi elogia o trabalho realizado nas indústrias do Distrito: “Não tem vindo empresas para cá. O que tem acontecido é que as empresas que aqui estão têm se aprimorado e tentado, de forma guerreira, transformar e ampliar cada vez mais o que já têm. Há empresas que trabalhavam em um turno e hoje trabalham com dois, e há necessidade de expansão. Só que nossa área industrial não tem espaço para expandir”.

Para Leandro Tancredo, a ausência de políticas públicas de industrialização é um dos principais gargalos para o desenvolvimento econômico de Valadares e da região. E para isso, conforme o presidente da Assedi, falta apoio político das diversas lideranças eleitas com votos dos valadarenses. Ele acredita que falta unidade de atuação entre políticos de diferentes correntes e partidos.

“Nós já perdemos as Massas Periquito, já perdemos a Santher. A Tudor não foi embora completamente de Valadares, mas hoje ela não fabrica mais baterias aqui; hoje é só um centro de distribuição. O empresário precisa da força política, e quem cresce com isso é a região, com geração de empregos”, afirmou Tancredo.

Incentivos

Outros entraves às empresas do Distrito Industrial apontadas pelo presidente da Assedi são os valores de aluguéis e a carga tributária. Tancredo afirma que benefícios fiscais são oferecidos a novos empreendimentos, mas essa vantagem competitiva não existe para os empresários que já estão no local.

“Há algum tempo a gente conseguiu coisas mais benéficas para o Industrial, mas o que a gente mais precisa hoje é uma política pública baseada na geração de emprego, para que o empresário sinta vontade de empregar. Pra isso, a gente precisa trabalhar principalmente a situação dos incentivos de impostos. Há incentivos para empresas que estão chegando. Mas tem que criar incentivos também para a expansão das que já estão aqui. É muito mais fácil ajudar no crescimento das empresas que já estão consolidadas”,  observou Tancredo.

Inclusão na Sudene

Entre as ações políticas que poderiam estimular a atividade econômica não apenas no Distrito Industrial, mas em todo o Vale do Rio Doce, está a inclusão dos municípios do território na área de abrangência da Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Quem faz esse destaque é o empresário Francisco Silvestre, que atua no Distrito. Ele elogia a atuação de políticos e também de representantes das entidades ligadas ao setor produtivo.

Presidente da Assedi, Leandro Tancredo afirma que a ausência de políticas de industrialização é um dos
principais gargalos para o desenvolvimento em GV.FOTOS: Divulgação / Arquivo DRD

“Tem sido feito um trabalho profícuo para inserir Valadares na Sudene. O projeto já foi aprovado na Câmara, falta agora aprovar no Senado. A inclusão na Sudene colocaria uma situação de vantagens para nossas empresas, atraindo novos empreendimentos industriais para a região, principalmente para Valadares”, observou Silvestre.

Mesmo que haja uma união da classe política em torno desse projeto, Silvestre acredita que, historicamente, pouco foi feito em prol da industrialização em Valadares. Ele analisa que esse cenário contribui para a falta de competitividade do Vale do Rio Doce em relação a outras regiões de Minas Gerais.

Empresário Francisco Silvestre espera que sejam criadas condições para a retomada da industrialização.FOTOS: Divulgação / Arquivo DRD

“Estamos em situação desfavorável em comparação com outras regiões mineiras, como o Sul, o Triângulo ou a Zona da Mata. Sofremos com a deficiência das nossas indústrias, que geram emprego, renda e riquezas. O Estado, como poder público em geral, precisa mudar a forma de ver as empresas, pois são elas que produzem renda, empregos e crescimento econômico. Se o poder público não ajuda, não poderia atrapalhar”, declarou o empresário.

Silvestre espera que mudanças no panorama econômico criem condições para a retomada da industrialização como atividade relevante para o desenvolvimento do município. “Valadares carece de indústrias. Indústria é atividade que influencia sobremaneira na atividade econômica, produzindo e agregando valor. A indústria é o setor que fomenta a economia, e Valadares tem poucas indústrias de expressão. Infelizmente, algumas das indústrias no município deixaram de existir ou reduziram a atividade. A cidade, bem dotada de infraestrutura, é um polo regional com bons serviços em saúde e educação. Valadares tem tudo para oferecer um ambiente propício para o desenvolvimento industrial, e o empresário valadarense tem capacidade para realizar esse desenvolvimento”, concluiu.

por THIAGO FERREIRA COELHO | thiago@drd.com.br

 

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