Empresa de ônibus da cidade alerta sobre os riscos de utilizar transporte clandestino

Passagem por valor inferior ao que é cobrado pelo sistema regular de transporte urbano, intermunicipal ou interestadual é o principal atrativo para usuários do transporte clandestino. Preocupado com a segurança dos passageiros, o administrador de uma empresa de ônibus em Valadares conversou com o DIÁRIO DO RIO DOCE, entre outras coisas, sobre a falta de proteção em alguns ônibus, principalmente que fazem o transporte no estilo “bate e volta”.

Segundo o administrador da empresa Isnar Torres de Oliveira Júnior, os preços costumam ser mais baixos no transporte clandestino, devido à falta de compromisso das empresas infratoras com questões regulamentares. “Muitas empresas não fazem inspeção dos veículos com antecedência, não pedem antecedente criminal do motorista. Itens e equipamentos obrigatórios como pneus, extintor de incêndio e cinto de segurança, muitas vezes, não são observados, colocando em risco a vida dos passageiros. Sem contar que, se acontecer algum tipo de acidente na estrada, o não cumprimento a essas exigências ainda dificulta a indenização dos passageiros e até mesmo da empresa.”

O administrador disse que a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) nunca fez uma fiscalização nos ônibus da empresa. “Estamos no mercado há 60 anos e a não fiscalização causa uma certa preocupação, já que os nossos ônibus, que estão dentro da legalidade, nunca foram parados, que eu me lembre. Imagina o transporte clandestino, que leva inúmeras pessoas, principalmente para São Paulo, duas vezes por semana?”

Por isso tudo, o administrador, que vê a empresa da família se consolidar na cidade há seis décadas, fala da importância de uma fiscalização efetiva da ANTT. “Temos compromisso com a segurança do cliente. As pessoas, na hora de embarcar em um ônibus, têm o direito de pedir para ter acesso a toda a documentação, para ver se a empresa de transporte está apta a conduzir os passageiros. O cliente tem que observar que, muitas vezes, as empresas clandestinas usam motoristas free lance, que não têm vínculo empregatício, portanto, não se sabe se ele descansou o tempo necessário, se não ingeriu bebida alcoólica, entre outras coisas que podem gerar problemas durante o trajeto. Fica o alerta: o transporte clandestino coloca em risco a vida do passageiro; então, exija seus direitos.”

ANTT

O DIÁRIO DO RIO DOCE entrou em contato com fiscais da ANTT na rodoviária de Valadares. Quando foram questionados sobre a falta de fiscalização, eles responderam que trabalham na fiscalização de ônibus que saem de dentro da rodoviária. Sobre as reclamações citadas na matéria, em relação à falta de fiscalização nas rodovias, eles pediram que a reportagem entrasse em contato com a assessoria de comunicação da ANTT.

O contato foi feito e a assessoria de comunicação enviou, no dia 18 de março, uma nota ao jornal:

“Seu pedido foi passado à equipe de fiscalização da ANTT. Assim que tivermos retorno, enviaremos posicionamento. A equipe da ANTT realiza constantemente a fiscalização das empresas e dos veículos que prestam serviço de transporte interestadual de passageiros, tanto nas rodoviárias quanto nas principais vias que cortam o país. Além de coibir o transporte não autorizado de passageiros, a equipe verifica as condições em que as empresas regulares estão trabalhando. As fiscalizações se baseiam, também, nas reclamações dos usuários, por meio da Ouvidoria da Agência. Por este motivo, a ANTT solicita aos passageiros que, caso observem qualquer irregularidade no serviço prestado, os passageiros podem fazer denúncia à Ouvidoria da ANTT pelo telefone 166 ou pelo e-mail ouvidoria@antt.gov.br”. Até o fechamento desta edição, nenhuma outra informação foi enviada pela ANTT.

por Angélica Lauriano | angelica.lauriano@drd.com.br

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