Conseleite MG

FOTO: Divulgação

Que mineiro sabe produzir leite, ninguém duvida. Em 2018, produzimos 9 bilhões de litros, 1,4% a mais do que em 2017, gerando R$ 11,8 bilhões. Isso representa 27,7% da produção nacional e confirma Minas como o maior estado produtor. Entre 2008 e 2017, o Brasil foi responsável, em média, por 7% da produção mundial de leite, o que o coloca na quinta posição em termos de volume. Os quatro maiores produtores no período foram União Europeia (30,47%), Estados Unidos (19,6%), Índia (12,8%) e China (7,21%), que, junto com a produção brasileira, somam 76% do total. A Rússia, o sexto colocado em termos de média produzida, foi responsável por 6,5% da produção. Os países mais populosos do mundo (China e Índia) foram responsáveis por cerca de 20% da produção leiteira.

O estudo avalia ainda que o produtor, ao tomar a decisão de captar, conhece os impactos do escoamento, do mercado, os custos de produção e o comportamento dos preços do leite e insumos utilizados no processo produtivo. O manejo de animais em lactação e o número de vacas são fatores que refletem a sua especialização e o esforço em alcançar escala de produção.

O Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Conseleite MG) será uma ferramenta em prol do desenvolvimento da cadeia produtiva do leite. Por meio do portal www.conseleitemg.org.br, são publicados, todo mês, valores referência para o leite, que ajudam nas negociações entre produtores e indústrias. O cálculo desse valor é feito pela Universidade Federal do Paraná, a partir de dados do mercado.

A ferramenta era uma antiga reivindicação do setor produtivo. De acordo com a Faemg, o preço real alcançado pelos produtores dependerá ainda de outros aspectos, como a distância e a qualidade da estrada de acesso à propriedade rural, tipo de ordenha e fidelidade junto ao laticínio. O Conseleite definiu um novo valor referência para o leite em Minas Gerais. O litro do leite padrão entregue em maio (a ser pago em junho) foi calculado em R$ 1,3061 e o valor projetado para o leite entregue em junho (a ser pago em julho) é de R$ 1,3203. O Conseleite diz ainda que oferece para o produtor, além do valor referência, sua plataforma digital que gera valores personalizados para cada pecuarista, a partir de uma escala de ágios e deságios por parâmetros de qualidade e pelo volume de produção diário individual.

O valor referência serve de parâmetro para as negociações de preços entre produtores e indústrias, sendo atualizado mensalmente. O valor também permite antever variações de preços para o mês seguinte, possibilitando otimizar o planejamento e a agilidade na tomada de decisão nos negócios. Os valores de referência referem-se ao “leite padrão”: 3,30% de gordura, 3,10% de proteína, 400 mil células somáticas por ml, 100 mil ufc/ml e produção individual diária de até 160 litros/dia. Quem produz um leite com características melhores do que essas pode negociar com a indústria com um ágio de até 26%.

Marcelo de Aquino Brito Lima | Engenheiro-agrônomo e teólogo; Secretário Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento de Governador Valadares. 

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