No dia 13 de setembro, Eduardo Mendes da Silva, 36 anos, natural de Bugre (MG), foi ao escritório do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE), na Filadélfia (PA), para uma visita de rotina, mas foi detido. Eduardo chegou aos EUA em maio deste ano, com a família – esposa e dois filhos -, mas foi pego por agentes da Patrulha de Fronteira (CBP) durante a travessia. Ele ficou detido e poucos dias depois liberado, com uso de um GPS no tornozelo, até o mês passado. Devido ao processo, tinha de comparecer ao escritório do ICE para inspeções rotineiras, mas na última vez acabou ficando.
De acordo com Diliana, esposa de Eduardo, havia uma ordem de deportação pendente emitida contra ele em 2006, quando ele entrou ilegalmente no país. A mulher explica que, na época, ele não compareceu à audiência por falta de informação e por não ter sido corretamente orientado por funcionários do Tribunal. Ela acrescentou que Eduardo chegou aos EUA pela primeira vez em 2005, mas retornou ao Brasil em 2007. Na época ele desconhecia qualquer intimação para audiência de imigração.
A esposa conta que, na época da prisão, a família foi levada para o Programa de Supervisão de Comparecimento (ISAP), que é responsável pelo monitoramento de imigrantes em processo de deportação. Ela saiu com os filhos, sem precisar usar o aparelho de rastreamento, mas Eduardo não teve a mesma sorte. Diliana foi a duas visitas de inspeção e deve retornar em 2020 para outra. Já Eduardo foi preso em sua quinta visita. Ela lembra que, na época da detenção, um dos seus filhos tinha apenas 5 meses e hoje já está com quase 1 ano.
Segundo Diliana, o marido compareceu a todas as audiências e, um mês antes de ser preso, as autoridades da Imigração retiraram a tornozeleira dele. Ele achou que estava tudo bem, pois o fato de retirar o rastreador significava que a justiça estava confiando nele. Eduardo trabalhava na construção civil e já havia acionado a justiça, com o apoio de uma advogada, para reabrir o processo de deportação. “No momento, estamos aguardando a decisão do juiz de Imigração para reabrir esse caso e tentar evitar que ele seja deportado”, disse a esposa. “Também estamos pedindo a liberação dele”, continuou.
Depois da prisão de Eduardo, a esposa está passando por um momento muito difícil, uma vez que vive sozinha com os filhos e depende da solidariedade de amigos para não passar necessidades. Pelo fato de ter que cuidar das crianças, ela tem dificuldades para encontrar emprego, e, quando encontra, precisa pagar uma babá para cuidar delas. “Está muito difícil e minhas economias já acabaram. Não tenho mais condições para arcar com as despesas de aluguel, luz, água, compras para casa e ainda as taxas advocatícias”, continua.
Até agora a esposa de Eduardo, que também é natural de Bugre, não abriu nenhuma campanha, pelo fato de estar há pouco tempo no país e desconhecer qualquer caminho para obter ajuda legal ou mesmo doações para que não falte nada aos seus filhos. Os interessados em ajudar podem entrar em contato pelo telefone (215) 303-8372. (Fonte: Brazilian Times).