“Bolsonaro não tem condições de governar o Brasil”, diz deputada Gleisi Hoffmann

A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e ao seu governo em reunião com militantes da esquerda em Governador Valadares na tarde de ontem (29), no saguão do Mirante Hotel, na BR-116, no bairro Vila Rica. A todo o momento, durante sua fala, Hoffmann deu fôlego e foco ao lançamento da “Jornada Lula Livre” e investidas para barrar a reforma da Previdência, que será votada no Congresso Nacional. Sob vaias de manifestantes do QG do Bolsonaro, que estavam do outro lado da BR-116, a presidente do PT seguiu para Ipatinga, no Vale do Aço, para cumprir agenda.

Devido ao atraso do voo, Gleisi Hoffmann apenas se reuniu com lideranças políticas de movimentos sociais e não concedeu entrevista coletiva. A deputada federal reafirmou que o PT terá pela frente uma grande responsabilidade, de barrar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. “Até agora não conseguiram dizer qual é o privilégio que a reforma vai tirar. Mais de 70% da economia que querem fazer vem do regime geral de aposentadoria. Vamos voltar a ter pessoas ganhando menos que um salário. Esse governo é muito confuso, é uma bateção de cabeça. Estamos numa crise política e numa conjuntura turbulenta que muda toda hora”, afirmou.

A proposta da reforma da Previdência elaborada pelo governo foi encaminhada ao Congresso Nacional no dia 20 de fevereiro. A nova reforma propõe idade mínima de aposentadoria para homens (65 anos) e mulheres (62 anos), além de um período de transição. Inicialmente, a proposta será submetida a análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, depois será discutida e votada em uma comissão especial da Casa. No plenário, a aprovação do texto depende de dois turnos de votação com, no mínimo, três quintos de votos favoráveis dos deputados (308 votos). Em seguida, a proposta vai para o Senado, onde a tramitação também envolve discussão e votações em comissões para depois ir a plenário.

Quem esteve na reunião foi a ex-prefeita de Governador Valadares Elisa Costa, que também fez duras críticas o modelo da reforma da Previdência enviada ao Congresso. “Ela foi e é a pessoa ideal para fazer o enfrentamento que fez no Senado e está fazendo agora na Câmara. Este ano será um ano de grande resistência e mobilização. Precisamos acordar o povo para essa perda dos direitos sociais que vem acontecendo”, disse.

O deputado federal Leonardo Monteiro (PT), presente na reunião, traçou os requerimentos para tentar barrar a reforma da Previdência, em Brasília. “O objetivo é dar prioridades alinhadas às demandas da sociedade civil organizada. O segundo requerimento trata de realização de audiência pública sobre a reforma da Previdência com a presença do ex-ministro do Trabalho e Previdência Ricardo Berzoini, e representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A aproximação com entidades representativas do povo é uma das ações da Comissão de Legislação Participativa para que o Parlamento seja, de fato, um espaço de diálogo com as necessidades da sociedade”, disse.

Ao final do seu discurso, Gleice Hoffmann comentou sobre a declaração de Jair Bolsonaro feita na quarta-feira (27), sobre os 55 anos de comemoração do 31 de março de 1964. “É uma vergonha ele querer comemorar o Golpe. Ele não tem condições de governar o país. Pergunte para qualquer pessoa alguma medida que Bolsonaro fez para o povo brasileiro? Pelo contrário, só cortou os benefícios do povo, rompeu relações com países vizinhos e mandou essa nefasta reforma da Previdência para o Congresso Nacional”, critica.

por Eduardo Lima | eduardolima@drd.com.br

 

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