Aos 81 anos Valadares ainda exporta emigrantes para os EUA

A falta de emprego causada pela crise econômica no Brasil está provocando a retomada da imigração em média escala para os Estados Unidos. Mas a situação não é apenas no Brasil, ocorre em vários outros países da América que enfrentam crises econômica e política. As pessoas estão buscando formas de chegar aos EUA, atrás de uma vida mais promissora. Mas nos últimos anos a situação ainda não chega nem perto das décadas de 1980 e 1990, quando aconteceu um “boom” na imigração, pelo mesmo motivo. Na época, as prefeituras e estados estavam quebrados e o Governo Federal iniciava um novo tempo, de retomada da democracia. Brasileiros de diversas partes começaram a buscar formas nada convencionais de entrar nos EUA. As pessoas não estavam dispostas a esperar uma mudança na economia. Em meio a esses emigrantes estavam muitos valadarenses.

Governador Valadares chega aos seus 81 anos de emancipação político-administrativa ainda carregando o título de “Valadólares”, o qual vai carregar por mais um bom tempo, devido às relações estreitadas com os emigrantes que por lá ficaram. Aqui, de forma um pouco discreta, ainda serve de referência para quem quer entrar pelas portas dos fundos na “América”. Todos os dias se tem notícia de alguém que embarcou para o México, Caribe, Cuba ou Guatemala para conseguir furar o forte bloqueio impetrado pelo poderoso presidente Donald Trump, que não está conseguindo conter o desespero de milhares de pessoas que sonham em conseguir emprego, renda e melhores condições de vida.

Abaixo segue matéria publicada esta semana no Jornal Brazilian Voice sobre a gravidade da situação nas fronteiras. Os centros de detenção estão lotados e os agentes de imigração estão colocando os imigrantes sem documentados no meio da rua, repetindo o famoso “cai cai” que já facilitou a entrada de muitas pessoas naquele país em outras épocas de grande movimento nas fronteiras. Isso tem acontecido principalmente com pais que viajam com filhos ou com a família inteira e que, quando são presos, não podem ficar numa cela por muito tempo devido a uma lei que ainda vigora naquele país.

Superlotação preocupa Departamento de Imigração

Diante da superlotação nos abrigos para imigrantes, o Departamento de Imigração & Alfândega (ICE) está liberando imigrantes indocumentados em cidades fronteiriças, às vezes de ônibus. Em El Paso, uma cidade da fronteira do Texas que já recebe dezenas de migrantes por dia, o ICE informou que poderá liberar 500 pessoas por dia, para aliviar a situação de superlotação nos centros de detenção federais.

FOTO; Divulgação50

“Estou preocupado. Nós temos até 2.300 (pessoas) por semana. Se conseguirmos até 500 por dia, vai ser muito oneroso”, disse a prefeita Dee Margo. Organizações sem fins lucrativos no Texas, como a Casa da Anunciação, estão lutando para encontrar moradia para os imigrantes. A casa assumiu a liderança em conectar os migrantes a uma rede de 20 abrigos que administra, os quais incluem quadras de ginástica, escolas e locais de culto.

“Nos últimos dois, três meses, o volume de famílias liberadas pelos indivíduos aumentou”, disse Ruben Garcia, diretor da Casa da Anunciação. Depois que os migrantes são presos pelo ICE recebem uma data para comparecerem à audiência nos tribunais pelas autoridades de imigração, e são liberados. Muitos dos imigrantes não ficam nas cidades fronteiriças e, em vez disso, costumam sair de ônibus ou avião para encontrar amigos, familiares ou patrocinadores em diferentes partes do país. Ainda assim, o crescente número de imigrantes que são deixados nas cidades fronteiriças está sobrecarregando recursos.

Na semana passada, o ICE “despejou” centenas de migrantes nas ruas de El Paso (TX), recebendo críticas de ativistas de imigração e abrigos. Garcia disse que o ICE geralmente os avisa antes de liberar os migrantes; mas não o fez nesse caso. “Acho que é importante afirmar que é inaceitável libertar famílias com crianças, algumas delas crianças muito pequenas, nas ruas. Isso, devemos dizer, não é negociável. Isso simplesmente não é aceitável”, comentou Garcia.

O ICE defendeu a prática, alegando que o aumento das travessias na fronteira está dando à agência poucas opções. “Devido ao crescente afluxo de unidades familiares que cruzam a fronteira, as ONGs expressaram que estão acima da capacidade e não podem acomodar todas as liberações”, disse a agência em um comunicado.

A agência acrescentou que, devido a um acordo judicial de décadas chamado “Acordo de Flores”, só pode deter as famílias por um período limitado de tempo antes de eventualmente ser forçada a libertá-las. O despejo de imigrantes não está acontecendo apenas no Texas. No Arizona, na última quinta-feira (3), 80 migrantes foram deixados em uma rodoviária da companhia de ônibus Greyhound, em Phoenix.

O professor de Ciência Política da Universidade do Texas em El Paso, Todd Curry, disse acreditar que a morte de duas crianças sob a custódia do ICE no mês passado está contribuindo para o aumento de liberações. “Eles [ICE] não querem que isso aconteça novamente, mas não têm infraestrutura para lidar com isso. Então, eles estão se livrando disso”, disse Curry.

ICE negou que seja o caso. O número de liberações tende a oscilar, mas as autoridades em El Paso disseram que não vivenciaram os números altos vistos atualmente. A porta-voz do Departamento de Segurança Interna (DHS), Katie Waldman, disse em um comunicado: “Desde 2015 temos visto um aumento de 169% das famílias que cruzam a fronteira. Houve um aumento de 110% de homens viajando com crianças nos últimos dois anos”. Autoridades em El Paso disseram que, embora tenham lidado com o fluxo de migrantes até agora, não sabem quanto tempo mais poderiam continuar levando tantas pessoas. “Eu não sei”, disse Margo, “como vamos suportar isso de forma contínua”. (Fonte: Brasilian Voice/Newark/NJ)

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