Neste novo ano iniciamos mais um ciclo de estudos dos Princípios do Amor Exigente. Como se sabe, essa proposta de trabalho tem como referências 12 Princípios Básicos, através dos quais pautamos o nosso comportamento na família e na sociedade.
No mês de janeiro trabalha-se o tema “Raízes Culturais”, que é o primeiro princípio, por meio do qual o indivíduo busca conhecer suas origens, o ambiente em que foi criado, as influências familiares, todo o aprendizado que lhe deu condições de se estruturar como cidadão. Quando falamos em “Raízes Culturais” vem à nossa mente a palavra família. “Família, que é a principal fonte de transmissão de valores e tradições culturais. Nós e nossos familiares somos produtos dos nossos tempos, do nosso meio”.
A propósito, vejam a seguir uma história contada pela minha mãe, Lucy Aguiar Armond (prestes a completar 88 anos de idade, em março), cujo final resulta num grande aprendizado, voltado para o resgate da autoestima, da confiança, da percepção das potencialidades que há em cada um de nós, que, se não trabalhadas, podem transformar indivíduos capazes em inseguros. Vejam:
“Na minha escola sempre havia festas, comemorações, apresentações teatrais etc. Eu tinha muita vontade de participar dessas atividades, mas nunca era chamada.
Entretanto, quando estava com 11 anos de idade, fui convidada para compor um grupo que encenaria uma peça teatral. Fiquei muito feliz, pois era meu sonho acalentado há muito tempo que agora seria realizado.
No dia marcado me arrumei o melhor possível e fui com o coração palpitando participar da peça. Mas que decepção eu tive! Ao me apresentar, vi que meu papel era do tipo ‘entrar muda e sair calada’. Em poucos minutos representei o personagem, e saí dali muito frustrada.
Retornando à minha casa, fui direto para o meu quarto e chorei muito. Minha mãe, ouvindo o meu choro, procurou saber o que havia acontecido. Ainda em prantos, contei a ela a decepção que tive, por representar um papel tão insignificante no teatro da escola.
Sem dizer nada, minha mãe abriu uma gaveta e de lá tirou um relógio de ouro muito antigo, que meu avô havia nos deixado. Colocou-o em minhas mãos e perguntou o que eu estava vendo. Respondi que era um relógio, e via nele números e ponteiros.
Minha mãe pegou o relógio, abriu-o, separou suas partes, e perguntou novamente: E agora, o que você está vendo? Respondi que era um amontoado de peças, que era até difícil mexer com elas.
Novamente minha mãe falou: ao remontarmos esse relógio, e deixarmos de fora a menor peça, ele funcionará?
Não foi preciso dizer mais nada. Entendi que o ‘pequeno papel’ que representei naquela peça teatral foi tão importante como o dos demais personagens, e sem ele a encenação não seria completa”.
Minha mãe ainda diz: “Dentre muitas coisas que aprendi com essa vivência, trago comigo o seguinte pensamento: ao olhar para dentro de mim, quero reconhecer e agradecer pelos dons que Deus me deu. Ao avistar o horizonte, quero ver uma paisagem tranquila. Se for ignorada por alguém, não vou guardar mágoas, ódio ou qualquer tipo de negatividade. Quero que, nas relações interpessoais, predominem os sentimentos puros e bonitos, e que o amor reine sobre tudo”.
Grupo de Apoio Amor Exigente
Coordenação Local: Berta Teixeira Rodrigues
Coordenação Regional: Washington J Ferreira/Penha
Reuniões às terças-feiras, das 19h30 às 21h30, no Colégio Franciscano Imaculada Conceição
Histórias que ensinam por Heldo Armond