Ação na praça dos Pioneiros marca Dia de Prevenção Contra o Suicídio

Dia de Conscientização Contra o Suicídio na praça dos Pioneiros chamou a atenção da população para que observe quem está ao seu lado. Ninguém se suicida sem emitir sinais

Durante todo o mês de setembro é realizada a Campanha de Conscientização de Prevenção do Suicídio. O objetivo é alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. E o dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia de Conscientização. O Centro de Valorização da Vida (CVV) realizou na tarde de ontem, na praça dos Pioneiros, uma ação de combate ao suicídio, que contou com diversos parceiros: Secretaria Municipal de Saúde, Sinsem/GV, Unipac, Sicoob Crediriodoce, Unimed e Terapia de Access Consciousness, que não mediram esforços para apoiar a iniciativa.

A Prefeitura Municipal, parceira do CVV, por meio da Vigilância de Violência e Acidentes (VIVA), dentro da Gerência de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), está atenta ao aumento de tentativas de suicídio em Valadares. Para tanto, acompanha de perto os casos, por meio dos profissionais do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS).

Os casos registrados no município geralmente são referenciados pelo Hospital Municipal (HM) ou pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Assim, a pessoa é acolhida e passa a receber assistência psicológica e psiquiátrica na Policlínica Central. Em 2019 foi possível identificar que esses casos tiveram um aumento na faixa etária de 10 a 49 anos, em ambos os sexos. No primeiro semestre de 2019, foram 114 tentativas de suicídio, sendo que em 2018 foram 75. Já os casos de morte por suicídio caíram: foram 10 casos registrados até julho, e em 2018 foram 16 casos.

Apoiadora do Setembro Amarelo, a Terapia de Access Consciousness chamou a atenção de quem passou pela praça. A terapeuta Laise Andrade explicou sobre a prática e como ela pode ajudar uma pessoa que tem em mente cometer o suicídio. De acordo com ela, a técnica norte-americana foi criada há mais de 30 anos. No Brasil ela é reconhecida como uma pratica integrativa complementar. O cofundador da técnica há 19 anos, dr. Dain Heer, sofria de uma profunda depressão e tinha dado um prazo de seis meses para acabar com sua vida. Ele tinha um excelente trabalho, era quiroprata, tinha uma boa condição financeira e tinha uma relação equilibrada, mais sentia um vazio interior que nada explicava. Ele estava extremamente deprimido.

“Foi quando ele viu em um jornal nos Estados Unidos a apresentação da técnica, e ficou curioso. Como ele já estava totalmente descrente, tentou experimentar. Fez a primeira sessão e começou a ver a vida por outra perspectiva. Por meio da Terapia Access, há pontos que tocamos na cabeça. Ao tocarmos esses pontos, limpamos as polaridades dos padrões limitantes que a pessoa armazena no subconsciente, trazendo mais leveza, mais claridade, fortalecendo a autoestima da pessoa. Dain ficou tão impressionado com a técnica, que ele fechou um pacote, fez mais seções e decidiu levar isso pro mundo. Hoje ele é o vice-diretor Access no mundo inteiro. Todo ano, nós que somos terapeutas de barras nos mobilizamos para ofertar para a pessoa que está vivendo esse momento desafiante, meio perdido nesse cotidiano que vivemos, um pouco da nossa terapia. Por isso resolvemos apoiar o CVV e trazer para a praça essa terapia alternativa, que poucas pessoas conhecem, e não tem contra-indicação”, disse a terapeuta Laise Andrade.

Para a professora Míriam Rodrigues, do curso de enfermagem da Unipac, trazer os alunos para um evento como esse do Setembro Amarelo vai dar suporte para eles enfrentarem essa realidade, que está mais comum na cidade. “Recebemos o convite do CVV e achamos válida a participação dos nossos alunos, porque eles têm que atender pessoas que tentaram acabar com a própria vida.”

Dirley Henriques, presidente do Sinsem/GV, está preocupado com o número de suicídios, principalmente entre servidores. “Essa conscientização do CVV é de grande importância, principalmente dentro do serviço público. Para evitar que ações mexam com o psicológico das pessoas, temos que evitar o assédio moral, o alcoolismo e o bullying.”

Lara Mendes, estagiária de psicologia na Casa da Unimed, conta que a participação da cooperativa é para mostrar que as pessoas estão carentes de atenção. “O Setembro Amarelo tem que comover pela importância. Estamos aqui para mostrar o papel do psicólogo, do enfermeiro e do profissional da saúde. As pessoas precisam entender que elas têm com quem conversar, e podem contar com ajuda.”

Para Ronaldo Loyola, coordenador de divulgação do CVV em Valadares, setembro é o mês de quebrar tabus, como foi sobre o câncer e as doenças sexualmente transmissíveis. “Temos que falar e temos que ter pessoas para ouvir. O que tem preocupado muito é a automutilação em crianças, e os números vêm crescendo na cidade. Então, temos que prestar atenção, temos que acolher. No CVV procuramos ajudar através da escuta amorosa. O 188 precisa de voluntários, pois o telefone toca 24 horas. Mas atendemos somente em dois horários,  por falta de apoio da comunidade valadarense, que precisa abraçar essa causa. Ninguém se suicida sem emitir sinais.”

Darci Eloi dos Santos, que fez questão de participar do evento, não perdeu tempo e foi logo saber sobre o Setembro Amarelo. “A iniciativa do CVV, de vir pra praça, foi muito boa. Estamos vendo no Brasil e no mundo o aumento do suicídio. Acho que o que falta são ações mais efetivas, não só em setembro, mas durante todo o ano. Infelizmente, existem muitas pessoas precisando de ajuda e têm medo de falar.”

Antes de qualquer atitude, peça ajuda

CVV – 188
SPA Univale – (33) 3279 5949
CAPS II – (33) 32121640
NASF GV – (33) 3271 4603

por Angélica Lauriano

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